quinta-feira, 14 de abril de 2011

Caminhada decepada de poeiras


Vou e volto, correndo, andando, sorrindo caindo, sofrendo e chorando, xingando, gritando falando, cantando . . . verbalizando . . . me canso.
Sou um latino americano.
Na minha viagem noto e tomo na cara a miséria, o desamparo, a fome e a identidade de nossas terras mestiças.
Nesta viagem, fico parado no mesmo lugar.
Sinto na própria carne a crueldade dessa herança.
De um modelo pra mim já imposto, esse que não é de todos e de todas.
E você ! O que faz aqui, o  que faz lá, o que faz ai . . .
Me encara de frente, desça do salto.
Estou de mãos atadas, decretos secretos
Congressos e Governos.
Somos segmentos e explorados
Somos a juventude
Hoje querem mais uma vez
calar a fúria e revolta dos oprimidos.
Aquelas pessoas sim, presas nas gaiolas,
Gaiolas que não reeduca, perverte, deforma, deseduca.
Eram pra serem trabalhadores.
Uns por inoscência, outros por não adaptarem-se.
Inocente adaptado ao sistema imperialista.
São escondidos, impedidos no tempo.
Agora querem colocar a nossa juventude.
Aquela que amedrontra os escalões.
Querem coloca-las nos porões do esquecimento.
No horizonte vejo o mar, a imensidão olho o céu,
Estrelas, poluição, o Tietê e a miséria.
Vejo outras galáxias . . . Vejo a lua . . . uma bandeira . . .
Marca da exploração imperialista.
Procuro e quero que todos achem a casa bela.
Não aquela que se constrõe com a riqueza financeira.
Mas a riqueza dos nossos corações.
Não quero dirigir, eu ainda não sou responsável.
Quero exercer o meu direito, votar e vetar.
Mas o que vale tudo isso?
Só luto por sobrevivência.
Se cometo alguma infração, já me punem.
Quero comer um biscoito, quero brincar, sou criança.
Estou com fome.
Já querem calar a minha boca com a couraça do silêncio;
Armaduras de palavras.
Frio quente desejo ardente.
Somos meninos e meninas.
Estamos só . . . Talvez como nunca.
Compreender . . . os gestos e ações.
Momentos fracos . . . reajo.
Uma vez venci . . .percebi as coisas:
O meu cabelo e a minha cor . . . Vocês acham que vou ser o lixo deixado dos restos que o mundo não tem como esconder?
Agora sou a grande maioria . . . estou aqui.
Sabiam!
O verdadeiro ladrão está escondido lá em cima . . . atrás da gravata e do colarinho.
Não somos nós e nem queremos ser.
É aquele que usa dos cursos superiores.
Não tenho nem o que comer.
Confiar na verdade? Na liberdade?
Porque?
Temos que ter a coragem como aqui o já fizemos.
Levando e trazendo as ondas do mar.
Somos aqueles e aquelas que convulsionam
a ousadia de querer uma vida solidária.
A gente tem fome e não tem cultura.
A gente não sabemos escolher presidente?
Estamos em guerra
Temos que enxerga-la como ela é
com sua violência, sua grandeza, sua dor,
e o constante enfrentamento da vida e da morte.
Temos que ser capazes de sentir
qualquer injustiça e enfrentá-la.
Quem não enxergar assim.
Está fadado ao fracasso da justiça.
Estamos reunidos nesta noite
para tentar exprimir esses sentimentos.
Não podemos tombar
Devemos agir . . .chega de opressão.
Vai graxa aí moço? Ou vai bala?
Primeiro: de quem sonha e trabalha.
Segundo: de quem passou pelo primeiro e já se encontra no terceiro.
Terceiro: desamparado, excluído do sistema . . .
 cadeia ou caixão . . .
Sistema capitalista.

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